Estória de usuário é uma técnica de escrita de requisitos enxuta, muito utilizada em times ágeis. Com esta técnica é possível garantir que o “requisito” contenha as informações essenciais de forma muito prática e direta.
Para escrever uma boa estória de usuário de forma simples e rápida existe a técnica: “Como…, Eu quero…, Para que…”. Essa técnica nos guia na escrita da estória de forma que nenhum ponto importante fique de fora. A seguir eu vou te mostrar como preencher cada parte de uma estória usando esta técnica.
Como…
No “Como….” você deve indicar quem se beneficiará com a implementação da estória. Você pode usar o cargo, função, papel, etc. Quanto mais específico melhor. Ou seja, antes de usar usuário ou cliente, pense se não existe uma palavra mais específica, que determine o cliente que estaria usando aquela funcionalidade. Alguns exemplos mais específicos são: professor, aluno, cozinheiro, empresário, etc.
Eu quero…
No “Eu quero…” você deve indicar o que de fato se quer, a funcionalidade a ser implementada. Essa informação deve focar em responder a pergunta “O quê?” e não “Como?”. Com ela é possível ter ideia do trabalho a ser feito, e se essa é uma estória P, M ou G (Pequena, Média ou Grande).
Para que…
No “Para que…” você deve indicar qual ou quais os benefícios que quem você indicou no “Como…” terá após a implementação dessa estória. Qual o valor agregado para essa pessoa? Essa informação é muito importante para priorizar, pois com ela você tem noção do valor agregado para o usuário e consequentemente para o negócio. Também tem insumos sobre os impactos caso a estória não seja realizada.
Exemplo bom e ruim de estória de usuário
Vamos imaginar que você está trabalhando em um projeto de ecommerce de papelaria online, as possíveis funcionalidades deste projeto podem ser:
- Página com a lista de produtos
- Página de detalhes do produto
- Busca por categoria
- Etc.
Uma exemplo de estória ruim sobre a “Página com a lista de produtos” poderia ser:
Como dono do ecommerce eu quero exibir uma lista de produtos para meus usuários para que eles possam comprar meus produtos online.
Essa estória é ruim pois não passa o contexto real, ou seja: “O que o usuário realmente estaria fazendo e buscando no ecommerce em determinado momento?”. A estória não passa a informação de quem vai realmente usar a listagem de produtos (como…), o que faz com que não seja possível informar o que realmente espera-se que seja feito (eu quero…) e também não mostra qual o benefício dessa funcionalidade para o cliente real (para que…).
Agora vamos ver um bom exemplo de estória sobre a “Página com a lista de produtos”:
Como usuário eu quero visualizar uma lista de produtos com suas principais informações para que eu possa de forma rápida e fácil encontrar o que estou buscando.
Essa estória está melhor escrita porque contextualiza melhor para o time que irá desenvolvê-la. Resumidamente, a estória indica que o usuário do ecommerce está em busca de algo e precisa encontrar rapidamente, por isso ele deseja ter acesso a diversos produtos de uma vez, assim poderá rapidamente encontrar o produto que procura.
Dica extra!
Há quem prefira inverter a ordem em que os itens aparecem, ao invés de “Como… Eu quero…. Para que….”, algumas pessoas preferem evidenciar o benefício, ou seja, o valor que aquela estória irá agregar, e para isso eles escrevem na seguinte ordem: “Para que… Eu quero… Como…”. Essa é uma boa forma de focar no valor da estória, ajuda na priorização.
Eu geralmente utilizo a ordem em que a estória me parece ser melhor comunicada. Por exemplo, no caso de bugs eu costumo começar com o “Para que…”, pois assim evidencio a situação que não quero mais que ocorra. No artigo saiba como começar um backlog de produto do zero eu falo um pouco sobre tipos de tarefas de um backlog de produtos.
Agora que você conhece esta técnica melhor, mãos a obra para escrever melhores estórias de usuário.
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